Conforme previsto no início da execução do projeto, a escala de trabalho definida foi um dos problemas enfrentados, em função das características das imagens do satélite Landsat-TM. A necessidade de trabalhar em escalas próximas a 1:50.000 nos mapeamentos dos usos da terra em áreas densamente ocupadas, tem muitas vezes limitado a utilização destas imagens, pois a classificação analógica, técnica mais comumente empregada na interpretação de imagens, fica bastante comprometida pela baixa resolução espacial apresentada.

A escala de trabalho mostrou ser bastante adequada para o mapeamento das classes temáticas definidas, uma vez que a paisagem, apresentando um mosaico extremamente heterogêneo e denso, foi generalizada e representada, com boa fidelidade.

A estratificação das classes temáticas em três sub-classes, considerando o tamanho dos polígonos, evidenciou, através da análise dos erros cometidos no processo de mapeamento, uma redução na precisão associada ao decréscimo da área dos polígonos, indicando uma menor adequação do método e dos meios utilizados para o mapeamento de polígonos pertencentes à sub-classe 3, onde estão os polígonos com área inferior a 10 ha.

Os problemas detectados no mapeamento de polígonos menores que 10 ha, sugerem ser a escala 1:50 000, limite para mapeamentos do uso das terras em áreas densamente ocupadas através da utilização de imagens do satélite Landsat-TM e do método empregado. Abordagens em escalas maiores envolveriam um aumento do detalhe dos mapas produzidos e consequentemente uma diminuição da área mínima mapeável.

O processo adotado para definição da legenda temática excluiu uma classe, relacionada à cafeicultura, detectada somente no momento das verificações de campo. Por apresentar um número reduzido de polígonos com reduzidas dimensões e distribuição restrita à porção sudeste da área de estudo, a classe cafeicultura não foi identificada durante os levantamentos preliminares para definição da legenda temática.

Como o mapa do uso das terras não considerou inicialmente esta classe temática, o classificador analisou as características dos polígonos com café e os distribuiu entre as classes existentes. Neste processo o classificador compara as características de cada região com as características de cada classe, obtidas das amostras fornecidas no início do processo de classificação, definindo a qual classe a região em questão pertence. Os erros decorrentes da ausência da classe cafeicultura foram registrados e computados nos cálculos estatísticos de precisão do mapeamento.

Através da análise dos resultados das diferentes fases de execução deste projeto, foi possível identificar alguns problemas relacionados aos processo de segmentação e classificação.

O problema mais grave detectado na fase de segmentação da imagem, foi a impossibilidade de realizar uma única segmentação quando se trabalha com classes representadas por polígonos de dimensões muito variadas. O procedimento encontrado para solucionar este problema, foi separar os grupos de classes segundo o tamanho de seus polígonos e realizar segmentações independentes para cada grupo existente, definindo parâmetros diferentes e compatíveis a cada um deles.

No processo de classificação, a estratificação dos polígonos fornecidos ao classificador, definidos em função de características espectrais diferenciadas, poderia ter caracterizado cada uma destas classes de forma mais eficiente, evitando com isto algumas confusões cometidas pelo classificador. Um bom exemplo deste problema é ilustrado pela baixa precisão obtida no mapeamento da classe Áreas em Urbanização, que apresentou uma variação muito grande nos tipos de cobertura e consequentemente nos valores dos pixels associados a esta classe. O equilíbrio da amostragem preliminar, entre as diferentes formas de cobertura apresentadas poderia ter gerado melhores resultados no seu mapeamento.

Considerando o problema encontrado no mapeamento dos polígonos de menor dimensão, pode-se sugerir também a estratificação da amostragem, para classificação, considerando o tamanho destes. O efeito de borda que alterou as características espectrais dos polígonos menores que 10 ha, poderia ter sido minimizado caso eles tivessem sido devidamente amostrados e com isto participassem da elaboração das nuvens de representação de cada classe temática.

Considerando a natureza dos problemas enfrentados e os resultados obtidos, pode-se considerar os meios e logiciais empregados como ferramentas eficientes e complementares para a elaboração de mapas dos usos da terra, reduzindo o tempo e custos envolvidos nesta tarefa.